A Farsa de Inês Pereiras (Obra Escrita por Gil Vicente)

Sobre Gil Vicente (1465 – 1536)

Poeta de prestígio é considerado também o primeiro grande dramaturgo lusitano. Sua obra é conhecida por passar uma visão da mudança do período medieval, onde as ordens eram inflexíveis para o período renascimento, onde as leis e obrigações eram questionadas.  

A farsa de Inês Pereira Resumo

Inês é uma moça bonita que se queixa de viver obrigada a passar o dia em meio a tarefas domésticas, e vê no casamento a chance de se livrar disso, ela idealiza um noivo, bem-educado, cavalheiro, que soubesse cantar e dançar, enfim que lhe desse uma boa vida, uma vida feliz.

Certo dia a casamenteira Lianor Vaz, chega na casa de Inês e diz que tinha sido atacada por um clérigo, mas conseguiu escapar, porém estava lá mesmo para dar a notícia de que um rico camponês Pero Marques queria se casar com ela. Lendo a carta Inês não se conforma com a forma rústica que ele demostra ter, mas aceita recebe-lo, somente para rir da cara dele.

Inês é aconselhada pela mãe de receber bem o pretendente, Lianor chega com Pero, que mostra não ter nenhum traquejo social, a sós com ele que é desencorajado pela mesma o moço vai embora.

Informando a mãe que contratou dois judeus para encontrarem um noivo bem educado, eles entram em cena, Latão e Vidal, armam um encontro entre Brás de Mata um escudeiro e Inês.

Acompanhado de seu criado, eles combinam contar mentiras para conseguirem dar o golpe do baú, na casa de Inês Brás age conforme ela queria, é gentil com as palavras, toca vila para ela, a pede em casamento, a mãe aconselha não aceita, e os judeus argumentam ao contrário, elogiando o moço.

Eles se casam e a mãe de Inês os presenteia com uma casa, a sós com seu marido, ela canta de felicidade o que acaba o irritando e ele a manda se calar e impõe regras a mesma, exigindo que a moça as cumpra, ele diz que ela deve ficar trancada em casa sem ao menos poder olhar pela janela ou ir à missa.

Brás parte para a guerra e deixa Moço instruído a vigiar Inês, que lamenta sua sorte e deseja que o marido morra na guerra, passado um tempo Moço traz uma carta do irmão de Brás, dizendo que ele foi morto enquanto tentava fugir da obrigação.

Feliz Inês manda Moço embora, a Casamenteira Lionor sabendo da viuvez de Inês, volta oferecendo seus serviços, oferecendo Pero Marques, que enfim é aceito e os dois se casam.

Inês vive feliz, com a liberdade que o marido lhe dá, um dia em sua casa bate um falso ermitão a pedir esmola, que é reconhecido como um antigo namorado que diz que virou ermitão porque ela o abandonara, se insinuando para ela pedindo um encontro, eles marcam.

No dia marcado ela pede ao marido que a leve à ermida, dizendo que era por devoção religiosa, Pero a carrega em suas costas para atravessar um rio, e vai a cantar o ingênuo enganado.

Personagens:

Mãe: Uma dona de casa angustiada com a educação e o futuro da filha.

Lianor Vaz: casamenteira que somente considera a opinião pública quando lhe convém.

Pero Marques: campesino rico, mas, ingênuo e sem nenhuma etiqueta.

Latão e Vidal: retrato do judeu ardiloso, bons para o comercio.

Brás da Mata (Escudeiro): escudeiro sem dinheiro, passava dificuldade até para se manter.

Ermitão: Um monge falso que diz ter se tornado ermitão por uma decepção amorosa.

Moço (Fernando): servo de Brás da Mata, é humilde e se permite ser explorado pelo seu chefe, sempre confiando nas mentiras contadas por ele.

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